O cumprimento da decisão da Justiça que autorizou a reintegração de posse de um terreno no Jardim Amanda, em Hortolândia (SP), acabou em confronto entre a Guarda Municipal e um grupo de sem-teto que ocupava a área na manhã desta quinta-feira (28). A ação teve início às 6h na propriedade da prefeitura invadida no sábado (23) por cerca de 200 pessoas.
De acordo com os invasores, a GM agrediu uma mulher grávida de cinco meses que não havia retirado seus pertences a tempo da barraca onde estava. "Eles chegaram e falaram para tirar minhas coisas em menos de cinco segundos, me empurraram e me bateram com cacetetes. Eu disse que estava grávida, mas nem ligaram", afirma Patrícia Gomes dos Santos. O comando da Guarda Municipal nega as acusações.
Em outro ponto da propriedade, a GM usou balas de borracha alegando ter sido atacada por pedras e garrafas de vidro. "Cerca de 20 pessoas com os rostos cobertos começaram a jogar torrões [de areia] na Guarda, foi aí que decidimos revidar. Em nenhum momento houve agressão contra essa mulher grávida, quando os guardas chegaram no barraco dela, ela já não estava lá", afirma Márcio Luiz do Prado, comandante da GM. Uma pessoa ficou ferida no confronto.
A ordem de desocupação foi apresentada por um oficial de Justiça, que entregou o mandado de reintegração de posse concedido pela Justiça na terça-feira (26). A liminar causou revolta e os invasores alegam que não tiveram tempo de retirar os pertences das barracas. Muitos se recusaram a deixar o local. De acordo com a GM, foram lançadas objetos contra membros da corporação, que revidaram com tiros de balas de borracha.
A Secretaria de Habitação informou que tentou cadastrar as famílias em programas habitacionais no sábado, mas a proposta foi recusada pelos representantes dos sem-teto. A área será utilizada pela prefeitura para a instalação de um conjunto habitacional que atenderá 250 famílias. A previsão é de que as obras tenham início em 90 dias, com prazo de 18 meses para a conclusão.
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