quinta-feira, 22 de novembro de 2012

VEREADORES DO RECIFE DIZEM QUE NÃO APROVARÃO PROJETOS QUE CAUSEM IMPACTOS FINANCEIROS AO PRÓXIMO PREFEITO

Entre esses projetos está o que trata do 1º enquadramento do PCCDV da Guarda Municipal

Por Débora Duque

No Jornal do Commercio desta quinta-feira



Além da eleição para a mesa diretora, os vereadores aliados do prefeito eleito Geraldo Julio (PSB) ganharam mais uma missão a desempenhar na Câmara do Recife antes mesmo da posse do socialista, em janeiro. A mobilização, agora, é para adiar a votação dos projetos apresentados pelo atual governo que possam causar impacto financeiro na próxima gestão. Da lista de 22 matérias de autoria do Executivo municipal que estão pendentes na Câmara, pelo menos cinco deverão ser analisadas apenas em 2013.


A protelação de algumas proposições no entanto, poderá render polêmica. Isso porque um dos projetos que está na mira de Geraldo Julio é o de número 19/2012 que cria o Plano de Cargos e Carreiras da Guarda Municipal. A matéria foi encaminhada pelo prefeito João da Costa(PT) no dia 26 de outubro e rendeu ao petista a simpatia da categoria. Ainda durante a campanha, o gestor chegou a ser ovacionado por integrantes da Guarda ao anunciar o envio do projeto.



Desde então, não é raro notar a presença de guardas fardados ocupando as galerias da Casa, a fim de pressionar os vereadores pela votação. Do lado socialista, porém, a preocupação é de que não sejam transferidos para o novo prefeito compromissos assumidos pela atual gestão. "Não posso falar pelo futuro prefeito, mas achamos que não é justo que os projetos que causem algum tipo de impacto financeiro à administração do município sejam aprovados sem a análise do futuro gestor. Ele tem o direito de participar dessa discussão", defendeu Gilberto Alves (PTN), cotado para assumir a liderança do novo governo. Segundo Gilberto, os demais membros da base estão "sensíveis" a essa questão e deverão requerer o adiamento das votações.



No caso do projeto que institui o plano de cargos e carreiras da Guarda, a pressão nem seria necessária porque, para ser submetida ao plenário, a matéria ainda depende dos pareceres das comissões de Finanças e de Legislação e Justiça, comandadas, respectivamente, por Carlos Gueiros (PTB) e Marília Arraes (PSB), ambos aliados do prefeito eleito. "Geraldo ainda não fez nenhuma interferência, mas não é ético por parte da administração atual mandar esse tipo de projeto, cujo impacto recairá sobre o próximo governo", declarou Gueiros.



Também deverão ser postergadas as tramitações de outros cinco projetos, entre eles o que anistia dívidas tributárias de ligas e federações desportivas e o que garante o financiamento de R$ 389 milhões com a Caixa Econômica Federal. O presidente da Câmara, Jurandir Liberal (PT), disse que não haverá "tensão". "Tudo aqui é negociado. Agora se não houver nenhum pedido e os pareceres já estiveram prontos, vamos colocar em votação", afirmou.



Líder do governo, Aerto Luna (PRP) informou que, até amanhã, pretende indicar os projetos que são considerados prioritários pelo atual prefeito para serem colocados na pauta. Ele ficou de se reunir, hoje, com o secretário municipal de Governo, Augusto Miranda. Resta saber apenas se as últimos pedidos de João da Costa estarão em sintonia com as prioridades de seu sucessor.

Fonte: Blog de Jamildo



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